Na administração pública é comum buscarmos empresas especializadas para dar o suporte no desenvolvimento das atividades. As chamadas consultorias estão em todas as áreas, e não é diferente na área tributária de nossos Municípios.
Mas as consultorias tributárias são positivas para administração tributária municipal? E para o Município?
Quem atua diariamente nessa área, em especial nos pequenos e médios Municípios, onde as demandas e sobrecarga são comuns, tem pouco tempo de sobra para estudar e se aperfeiçoar.
Você dificilmente encontra espaço, afinal, seu dia está comprometido com as obrigações e tarefas cotidianas da tributação. Em muitas vezes, é aí que acabamos ficando desatualizados, defasados em conceitos e informações práticas e modernas.
Provocada pela inexistência de tempo para explorar, para ter uma pausa e ver novidades, estudá-las, refletir e testar na nossa estrutura: é nessa situação que entra a Consultoria.
Dessa maneira, a consultoria não tem a intenção de fazer algo que o servidor público não saiba, mas sim algo que, na verdade, ele não tem tempo.
E, caso ainda não saiba, não é por falta de condição, mas sim por falta de estrutura para adquirir o conhecimento. Para essa situação o consultor surge e deve ser demandado para fazer um estudo, apresentar atualidades, mostrar novos caminhos e doutrinar sob aspectos polêmicos.
Não gosto e não é bom para a administração o consultor “faz tudo”. Você contrata e ele faz tudo no Município. Fiscaliza e você só assina. Informa, diariamente, o que você deve fazer. Muitas vezes, sequer você sabe o que ele fez na administração, porque tudo acaba sendo discutido na sala do secretário e do prefeito.
Esse tipo de consultor é aquele que vem pra fiscalizar bancos, leasing, ITR, cartões e implantar nota fiscal eletrônica. E os servidores da administração tributária? Não participam!, acabam não dirigindo o processo.
Este consultor é o “mal das administrações tributárias”. Não discute os resultados. Ele deve atingi-los, se não seria o desastre ampliado. O trabalho desse consultor da espécie “faz tudo”, você só assiste, e isso não é bom.
Esse tipo de consultoria não deixa conhecimento, não melhora a administração tributária e não melhora as técnicas e o entendimento dos servidores. Ele vem, faz e leva o conhecimento consigo.
E, como seus servidores que você irá manter por 30/35 anos não estão envolvidos, eles não ampliam seu desenvolvimento e você fica dependente desse consultor “faz tudo”. E, na maioria das vezes, pagando um preço exigido e alto, pois na administração ninguém sabe fazer.
Será que é isso que queremos de uma consultoria?
Cuide, tenha atenção! Seu Consultor Tributário tem que deixar experiência e conhecimento. Provoque, exija que seus servidores façam as ações, aprendam e suguem o conhecimento.
É isso que você paga no consultor: o conhecimento.
E o conhecimento não pode ir embora!
Tem que ficar com quem paga por ele, o Município.
Por Eudes Sippel