Eudes Sippel
Tem se falado muito na repatriação de ativos: recursos de brasileiros guardados em bancos no exterior e não declarados ao fisco brasileiro.
As exposições diárias apresentam o assunto como algo importante para a regularização, com proposta de 17,5% de imposto de renda e mais 17,5% de multa.
Mas, porque os políticos no Congresso e o governo federal apostam que as pessoas que escondem recursos financeiros no exterior, sem oferecer a tributação, passariam a apresentar oficialmente abrindo mão de 35% de seus recursos escondidos?
Qual o objetivo?
Era mais barato ter declarado anteriormente.
Ocorre que, os malandros, os bandidos da nação, sabem que no ano que vem os Estados Unidos irão passar a informar todos os valores de brasileiros em bancos americanos, e em 2018 mais de cem países passarão a informar ao Brasil, os recursos financeiros de brasileiros depositados em bancos destes países. Por isso a Receita Federal não faz qualquer esforço maior de suas equipes técnicas para o avanço deste caminho. Nos próximos anos terão tudo isso a disposição, e aí a casa vai cair para todo mundo.
Mas, os bandidos da nação, alertados por uma série de malandros, percebem o risco e criam a sensacional ideia de repatriar os recursos e evitar transtornos criminais no futuro.
Para evitar os crimes de sonegação, os Senhores do Colarinho aproveitam o problema de falta de recursos do país, para fazer entrar “limpinho” as receitas que escondem da tributação brasileira.
Isso não tem nada a ver com oportunizar novos recursos para a União. Isso é mais um interesse de quem comete crimes tributários e inseridos na rota do poder, estimulam o lobby para salvar a nação com recursos para colorir o déficit da União.
Na verdade, estão salvando a si mesmos, não da tributação, mas das penalidades e crimes cabíveis dos desvios da tributação brasileira.
Em tempo:
Receita Federal foi quem efetivamente iniciou e desencadeou a operação Lava-Jato. De uma investigação do Fisco foi puxado o fio que abriu a caixa de onde parece que não retirou-se tudo dela.
Segundo informações desta coluna, os lançamentos da Receita Federal relacionados a estas operações da Lava-Jato, já superam, e muito, a casa dos bilhões em lançamentos de créditos tributários e penalidades.